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Ana Monteiro
O Mito de Sísifo

De 5 de novembro a 31de dezembro de 2021
Museu Nogueira da Silva (Av. Central 61, Braga)

Entrada gratuita



Galeria da Universidade


 

O mito de Sísifo

“Quero que tudo me seja explicado, ou então coisa nenhuma (…) O absurdo nasce deste confronto entre o chamamento humano e o irrazoável silêncio do mundo.”
Albert Camus

Lembro-me de ter escrito, há muitos anos atrás, que “o problema está em não se saber quase nada…mas saber-se, ainda assim, alguma coisa.”
Ao longo dos anos fui reencontrando esse mesmo pensamento, uma e outra vez, tecido pelas mãos de outros (a citação que encima este pequeno texto é disso mesmo exemplo.) Palavras novas, diversas cores: sempre a mesma inquietação. Qual angústia, transversal e suprema, que nos chegasse a todos, sorrateira, nas horas de sossego onde a calma e o tédio se entrelaçam.
Parados, no meio da névoa cerrada, temos como único farol o entendimento da vastidão de tudo a quanto somos cegos (e a suspeita de sermos certamente a substância de alguma piada cósmica). Inventamos a vida ao nosso redor, tentando sempre esconder, no avesso das horas, esse pavor que aprendemos a tornar em desconforto. E ocupamo-nos dos teatros, das ficções, dos simulacros. Urdimos narrativas intrincadas, a transbordar de tudo e nada…e seguimos adiante fingindo que não nos morde o não saber onde vai dar o caminho. Sequer que caminho é. Ou quantos passos estão por dar.

O conjunto de pinturas que aqui trago, é carregado de símbolos que nos colocam diante de histórias onde essa inquietação é cantada com notas que suportamos ouvir. Tornada objecto estético. E talvez nesse disfarce, através da doçura da forma pintada, nos seja possível contemplar a pele bizarra do absurdo… e a carne tingida da nossa identidade. Estrangeiros de tudo. Lúcidos e cegos. Perdidos, ufanos, e nus… tentando, maravilhosamente, compreender..

   

https://www.anamonteiro.art/

ANA MONTEIRO

Nasceu em Braga, em 1990, e é lá que, hoje, vive e pinta.
Deteve-se no Porto, durante alguns anos, e encontrou morada e caminho na Faculdade de Belas Artes, onde concluiu, em 2012, a licenciatura em Pintura. De seguida, em 2014, terminou também o mestrado no mesmo ramo e pela mesma instituição, desenhando, com este último, uma reflexão que entrelaça o retrato pictórico com a máscara social. Lecciona, desde 2012, vários cursos de desenho e pintura.
Expõe regularmente desde 2011, e a sua obra encontra-se representada em diversas colecções particulares, em Portugal e no estrangeiro.
Através da pintura, vincadamente figurativa, dedica-se à contemplação do conceito de identidade, tecendo uma estética onde o auto-retrato funciona como metáfora desse “Eu” que, a todo o tempo, se procura compreender e consumar. Uma estética onde os símbolos se acumulam: pontos cardeais de uma narrativa que nos fala de inquietação, cegueira e deslumbramento e nos atira o olhar para lá dos espelhos que, ficticiamente, nos ampara.


   
   
   
   

Museu e Jardim
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Sábado: 14:00 – 18:30

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