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Adélia Gonçalves
Observatórium

De 12 de novembro a 07 de janeiro de 2023
Museu Nogueira da Silva (Av. Central 61, Braga)

Entrada gratuita


Inauguração com performance/dança de Sara Santervás


A temporalidade sempre fez parte do trabalho artístico de Adélia Gonçalves, onde o interesse que tem vindo a desenvolver sobre a paisagem urbana, mais propriamente através da perceção do elemento água neste espaço, vai de encontro a este questionamento.


“Uma paisagem não tem sentido obrigatório, ponto de vista privilegiado. Orienta-se apenas segundo o percurso “des passants”... A paisagem é formada pela trama do tempo, pelo cenário dos incidentes, pequenos factos despercebidos ou omitidos voluntariamente ... A paisagem é a passagem, acidente de transferência do presente para o mais recente passado... " Paul Virilio.

Como fragmento da realidade urbana, o fluxo aquático abre o seu próprio espaço e o seu próprio tempo na cidade, e inscreve nela a dialética entre o natural e o cultural. A visão do rio como espaço/tempo, independente da criação humana, questiona e acusa a cidade e a ordem social. Torna evidente os dilemas nos quais repousa a complexidade da nossa cultura, ao despertar uma consciência do que é simultaneamente simples, elementar e imenso. Ao mesmo tempo, afasta-se do significado bucólico e da negação da civilização técnica, porque também sempre fez parte da eterna relação de troca entre o ser humano e a natureza.

A traves de suportes fotográficos e videográficos, faz recursos a imagens descontextualizadas que podem levar à perda de referência, jogando com a ambiguidade da perceção e a identificação imediata do fragmento apresentado, uma forma de explorar a passagem do tempo neste espaço onde se inscreve e convida à experiência preceptiva.

A partir de sequências fotográficas realizadas em cidades como Porto, Lisboa, Paris ou São Paulo, tem realizado uma produção serial que se orienta à ideia de imagem globalizante, composta por fragmentos consequentes de pequenos deslocamentos e mudanças de ponto de vista. Esta construção constituída por um conjunto de imagens de diversos percursos, aproxima-se da sua experiência da paisagem vivida, e por vezes, associa-se e confronta-se com outros pontos de vista e interpretações sobre uma mesma realidade.

   

Biografia (resumida)

Nasceu em Paris, vive atualmente no Porto. Faz um trabalho interdisciplinar focado nos suportes fotográfico e videográfico. Após ter concluído o Curso Superior de Pintura na ESAP, Porto, faz estágio na Académie des Beaux Arts, Liège (1987), e recebe bolsa do Conselho da Europa para residência em Veneza (1988).
Em Paris, concretizou Licence et Maîtrise d’Arts Plastiques, DEUG d’Études Cinématographiques et Audio Visuelles, DEA d’Arts Plastiques Le sens de leau dans lart vidéo, entre 1998 e 2004, na Université de Paris VIIII, onde finaliza actualmente um Doctorat d’Arts Plastiques La Temporalité Aquatique.
Recebeu o Prémio Aurélia de Sousa, da Câmara Municipal do Porto (1999); Bolsa de Estudos de Longa Duração no Estrangeiro, do Ministério da Cultura Português (2002/2005); Bourse d’Aide à là Réalisation, Direction des Affaires Culturelles, Mairie de Paris (2003).

Tem participado em vários eventos e exposições, de que se destacam:

FAC, Porto (1996); O outro lado da nudez, Espaço T, Porto (1997); Laureados do Prémio Aurélia de Sousa e Teixeira Lopes, Casa Tait, Porto (2002); Walk Dance Art C°, residência/catálogo de Hamish Fulton e Christine Quoiraud, Paris (2002); Parcours, Instituto Camões, Paris (2003); Image de femme, femme d’image, Universidade de Belas Artes, Timisoara (2003); Zone de Résistance, Nuit Blanche Off, Paris (2004); Tiête, Pinheiros, Tamadoatey, Année du Brésil à Paris (2005); “Tejo”, Fábrica Braço de Prata, Lisboa (2007). “Gota do Tejo”, Casa da Cerca, Centro de Arte Contemporanea, Almada (2010); Cenografia videográfica “Cidades Imaginárias-Bola Azul”, Teatro Rivoli, Porto (2011); Remade in Viagem, Galeria da Fundaçao EDP, Porto (2014); Intervensão/instalação, Rinoceronte de Dürer a Xavier Veillant, no hâmbito da exposição ”Cidade Global”, Museu Soares dos Reis, Porto (2017); "O Tempo da Água", Museu Santa Joana, Aveiro; (2019); "Lugar-Rio, Paisagem Polissémica", MIP - Espacio Jhannia Castro / Bardo Creative Ground, Porto (2020); Conversas sobre um projeto fotográfico, Mira Forum, Porto (2021); Depoimentos de Artistas MNAC, Lisboa (2021); “Cronos” Instalação sonora, Noite Europeia dos Museus, Sociedade Martins Sarmento, Guimarães, (2022).

Sara Santervás (Andalucia) é artista, ex-cientista biomolecular, sediada no Porto. Os seus origens na dança espanhola, assim como os artistas com quem tem trabalhado (Hélder Seabra/Companhia Instável, Joan Jonas/Fundação Serralves, Tommy Luther, Horácio Macuacua, Elisabeth Lambeck, Mafalda Deville) fazem dela uma intérprete carismática e forte. Como criadora, interessa-se pelos elementos de comedia nas tragedias íntimo-políticas ('Krakatoa', 'Entre la Pluma y la Pared', colaboração com Mercedes Quijada; 'A Matriz', colaboração com Lea Schiebrecht).


   
   
   
   

Museu e Jardim
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Sábado: 14:00 – 18:30

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