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MATÉRIA IMPRESSA. MATÉRIA NÓMADA
NOTAS BIOGRÁFICAS
Ana Hatherly
Ana Hatherly (Porto, 1925- Lisboa, 2015) foi uma destacada poeta,
artista visual, ensaísta, cineasta, pintora e escritora portuguesa. É
considerada uma das pioneiras da poesia experimental e da performance em
Portugal, sendo que um dos traços definidores do seu percurso é a
exploração das relações entre palavra e imagem, desenho e escrita.
Ana Vidigal
Pintora portuguesa (Lisboa, 1960) licenciou-se em pintura pela Escola de
Belas Artes de Lisboa em 1984, tendo sido bolseira da Fundação Calouste
Gulbenkian entre 1985 e 1987. No seu trabalho, sobrepondo várias
técnicas à pintura, como a colagem e a assemblagem, Ana Vidigal resgata
elementos de memória(s) pessoais, familiares, políticas e culturais. Daí
emergem composições que se revelam poderosos constructos estéticos e
críticos em torno de questões como o colonialismo ou a condição da
mulher na sociedade, entre tantos outros temas.
Carla Filipe
A obra de Carla Filipe (Aveiro, 1973) é composta a partir da apropriação
de objetos e documentos, explorando a relação permeável entre objetos de
arte, cultura popular e ativismo. Na sua pesquisa, a artista utiliza
materiais e elementos, como bandeiras, cartazes, jornais e artefactos
ferroviários.
Irene Buarque
Irene Buarque (São Paulo, Brasil, 1943) formou-se na Faculdade de Artes
Plásticas Fundação Armando Álvares Penteado, de São Paulo, Brasil. Foi
Bolseira na Fundação Calouste Gulbenkian em 1973/74, altura a partir da
qual reside e trabalha em Portugal. Ainda no Brasil, trabalhou como
assistente Amélia Toledo e de Maria Bonomi, como cenógrafa e gravadora.
Da sua extensa obra, salienta-se a proximidade que desde sempre manteve
com a obra gráfica, através da Cooperativa Diferença (Lisboa), da qual
foi fundadora e membro da direção. A sua obra está representada em
diversas colecções nacionais e internacionais, como a Pinacoteca de São
Paulo, o MAM e o MAC-USP, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação
Helga de Alvear, entre outras.
Lourdes Castro
Lourdes Castro (Funchal, Madeira, 1930) frequentou a Escola Belas Artes
de Lisboa entre 1950 e 1956, de onde foi excluída pelos seus primeiros
trabalhos de modelo nu. Em 1957 emigrou para Munique com René Bertholo
e, no ano seguinte, rumou para a capital francesa com uma bolsa de
estudos da Fundação Calouste Gulbenkian, onde permaneceu até regressar a
Portugal em 1983. Foi em Paris que Lourdes Castro contactou com uma
realidade artística distinta da portuguesa, nomeadamente com o movimento
do “Novo Realismo, entre outros. Aí criou, com René Bertholo, a revista
KWY, em 1958, cuja última edição foi publicada em 1963. Foi distinguida,
em 2000, com o Grande Prémio EDP.
Maria Bonomi
Maria Bonomi (Milão, 1935) é filha de mãe brasileira e pai italiano.
Depois de uma infância marcada pela II Guerra Mundial, Bonomi chega ao
Brasil em 1945. Estudou no atelier de Lasar Segall e, participando desde
cedo nos mais importantes círculos culturais de São Paulo, esteve
envolvida em momentos fulcrais, como a criação da Bienal de Arte de São
Paulo. O desenho e a gravura são centrais na sua obra, tendo também
desenvolvido actividade artística nas áreas da cenografia e da criação
de figurinos. A arte pública é também uma dimensão crucial na sua obra,
enquadrada nos ideais manifestos de democratização da arte que sempre
abraçou.
Marilá Dardot
Marilá Dardot nasceu em Belo Horizonte, Brasil, em 1973. Frequentou o
curso de Artes Plásticas na Escola Guignard – UEMG, Belo Horizonte,
Brasil (1997 a 1999). A artista faz uso de diversos materiais e meios,
desde vídeos, fotografias, livros de artista, colagens, esculturas e
acções até instalações em grande escala, em locais específicos. O seu
corpo de trabalho toma normalmente a linguagem, os livros e a escrita
como contributos formais e conceptuais.
Regina Silveira
Regina Silveira (Porto Alegre, 1939) fez a graduação em Artes Plásticas
pelo Instituto de Artes da UFRGS (1959); Mestrado (1980) e Ph.D. (1984)
na Escola de Comunicação e Artes da USP - Universidade de São Paulo,
Brasil. A artista destaca-se pelo seu trabalho com luzes, sombras e
distorções, explorando ideias de realidade. Silveira usou muitos meios
de comunicação ao longo da sua carreira, mas tem-se concentrado
principalmente em videografia, pintura e gravura (incluindo
litografias).
Regina Vater
Regina Vater (Rio de Janeiro, 1943) tem vindo a desenvolver uma obra
intermedial entre ilustração, desenho, pintura e fotografia. A Artista é
sobretudo conhecida pelas suas instalações inspiradas nas mitologias
brasileiras e afro-brasileiras. Na década de 1960, desenhou a primeira
capa de disco do movimento Tropicália, movimento artístico brasileiro
associado aos músicos brasileiros Caetano Veloso e Gilberto Gil
(Tropicália ou Panis et Circensis, de Caetano Veloso, 1968).
Rita Carvalho
Rita Carvalho (Porto, 1978) doutorou-se em Design, com tese sobre
representações raciais na ilustração portuguesa do Estado Novo
(Universidade de Lisboa, financiada pela Fundação para a Ciência e
Tecnologia). Os seus principais tópicos de interesse e investigação
incluem narrativas visuais, representações sociais e raciais na
Ilustração, iluminura medieval e impressão com tipos móveis. Tem também
actividade como ilustradora / artista gráfica, participando, como
autora, em diversas publicações e eventos.
Rosângela Rennó
Nascida em Belo Horizonte (1962), Rosangela Rennó vive e trabalha no Rio
de Janeiro. Formada em arquitetura pela Escola de Arquitetura da
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte (1986) e em artes
plásticas pela Escola Guignard, Belo Horizonte (1987), é ainda Doutora
em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São
Paulo, São Paulo (1997). O jogo entre memória e esquecimento, bem como a
ressignificação da fotografia e das imagens, são questões centrais no
trabalho da artista.
Teresinha Soares
Teresinha Soares nasce em Araxá, Minas Gerais (1927), tendo-se destacado
sobretudo nas décadas de 1960 e 70 com uma obra vasta em diversas áreas,
desde a pintura, a performance e os happenings, até à criação de
objectos, passando ainda pela instalação, em sintonia com as novas
vanguardas emergentes na segunda metade do século XX. O corpo feminino é
o tema central de toda a sua obra, sendo de destacar a dimensão
libertária e activista de toda a sua actuação, focando temas como os
direitos das mulheres e o seu papel na sociedade, o desejo e a ecologia.
Vera Chaves Barcellos
Vera Chaves Barcellos nasceu em Porto Alegre, RS, Brasil, 1938. Nos anos
1960 dedicou-se à gravura, depois de estudos na Inglaterra e Holanda.
Em 1975 aprofundou seu conhecimento em técnicas gráficas e fotografia,
com bolsa do British Council, no Croydon College, em Londres. Em 1976
fez parte da representação do Brasil na Bienal de Veneza com o trabalho
Testarte. Desde os anos 1970 tem atuado na animação cultural em Porto
Alegre, figurando entre os fundadores do Nervo Óptico (1976-1978), do
Espaço N.O. (1979-1982) e também da galeria Obra Aberta (1999-2002). Em
2005, instituiu a Fundação dedicada à arte contemporânea com o seu nome
e à qual preside desde então.
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